Ter uma abordagem do tratamento de usuários de drogas real e objetiva, refletindo o mundo em que vivemos e as dificuldades que encontramos pelo caminho é uma estratégia necessária. É nesse contexto que as drogas e quem as utiliza estão inseridos. Para tanto, precisamos preparar-nos e, para isso, salientamos alguns pontos:
As drogas não são todas iguais: elas apresentam diferenciados riscos, danos e reações, dependendo da droga em si, da maneira em que ela utilizada, da pessoa que o faz e do meio em que isso acontece;
É necessário enfatizar seus efeitos e reações mais comuns: mostrar apenas as reações tenebrosas e incomuns, geralmente, não permite a identificação dos reais riscos do uso de substâncias. Assustar, apenas, é improdutivo!;
As pessoas têm diferentes graus de vulnerabilidade individual às drogas: existem personalidades mais suscetíveis ao uso de drogas. O que se verifica é que a maioria das pessoas que experimentam ou até usam uma substância com alguma regularidade não se tornam, necessariamente, dependentes;
As drogas estão cada vez mais disponíveis: esta inquietante constatação faz-nos refletir sobre a melhor metodologia de abordagem. Muitas vezes, o comércio e o uso de drogas é um fato que faz parte da vida das pessoas, como, por exemplo, quando as pessoas marginalizadas socialmente são utilizadas nas redes de tráfico. Nossas mensagens preventivas devem levar em conta esta realidade:
Os riscos de um(a) usuário(a) de droga injetável (UDI) infectar-se pelo HIV, ou por outro agente de doença, estão relacionados à forma com que a droga é utilizada, ou seja, pelo compartilhamento de seringas e agulhas ou pelo sexo desprotegido;
As drogas mais usadas em nossa sociedade são aquelas comercializadas e compradas livremente, como as bebidas alcoólicas, o cigarro e os tranqüilizantes. Seus usos são estimulados e estão intimamente associados aos maiores problemas de saúde pública, não somente em nosso país. Paradoxalmente, as ações de prevenção ao uso indevido dessas substâncias, quando existentes, são extremamente acanhadas.
Em algum momento da vida, as pessoas e, em especial os jovens, experimentam alguma substância psicoativa e podem conseguir algum tipo de satisfação, seja pelo prazer, por contestação ou porque a substância pode trazer alívio para alguma dor. Isto deve sempre ser levado em conta porque essas razões também justificam a grande procura por essas sensações e pela dificuldade de se interromper o uso.
FONTE: OBID
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