Em casos mais extremados, em que a pessoa já apresenta claro comprometimento pelo uso de drogas, como o uso injetável, e encontra-se em momento de vida onde não quer ou não pode parar de usá-las, temos que partir para uma prática que promova o acesso a essas pessoas e o acesso das mesmas a meios para que não se infectem com o vírus HIV, bem como tenham acesso a outras possibilidades de serviços de diagnóstico e de tratamento da aids, hepatites, endocardites, e outras.
Esta estratégia se chama redução de danos à saúde pelo uso de drogas e visa reduzir as conseqüências adversas do consumo de drogas lícitas e ilícitas, naquele período da vida em que a pessoa tem um comportamento de mais alto risco para inúmeros agravos. Constitui-se em instrumento comprovadamente eficaz para controlar o curso da epidemia de AIDS entre os usuários de drogas injetáveis. Protege também contra outras doenças de transmissão sanguínea como as hepatites, a malária e a doença de Chagas.
Pauta-se numa proposta clara de controle e de autocuidado com relação ao uso de drogas, que permite também desenvolver o sentido de responsabilidade sobre si mesmo e sobre as pessoas do círculo de relação. A estratégia de redução de danos dirigida para os usuários injetáveis, promove, além de orientações, a distribuição/troca de seringas e agulhas e outros insumos de prevenção preconizando que as injeções sejam realizadas com equipamentos estéreis. Os usuários de drogas injetáveis, geralmente, em estado de grande exclusão social, são abordados nos lugares e momentos em que as práticas de risco à saúde estão em curso, ou seja, quando, para o uso de drogas, há o compartilhamento de equipamentos de injeção por várias pessoas.
Na prática das intervenções de redução de danos, somos forçados a admitir que o tratamento à dependência química não está necessariamente associado à abstinência total e imediata da droga de eleição. Nestes casos, formas de tratamento que priorizem o serviço ambulatorial ou de centro-dia são mais adequadas. E para aqueles que não querem ou não têm condições imediatas de abster-se, mas que, se acolhidos e se sentindo seguros podem, posteriormente, optar pelo tratamento. Neste sentido, a redução de danos permite-nos acessar um número muito maior de pessoas e lhes dar uma alternativa de manejo de sua dependência.
FONTE: OBID
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