quinta-feira, 25 de março de 2010

EFEITOS COLATERAIS DO CRACK

Ao mesmo tempo que cria uma sensação de alegria no usuário, o crack também deixa muitos efeitos significativos e potencialmente perigosos no corpo. As pessoas que o utilizam mesmo poucas vezes correm riscos de sofrer infarto, derrame, problemas respiratórios e problemas mentais sérios.
Ao percorrer a corrente sangüínea, o crack primeiro deixa o usuário se sentindo energizado, mais alerta e mais sensível aos estímulos da visão, da audição e do tato. O ritmo cardíaco aumenta, as pupilas se dilatam e a pressão sangüínea e a temperatura sobem. O usuário pode começar, então, a sentir-se inquieto, ansioso e/ou irritado. Em grandes quantidades, o crack pode deixar a pessoa extremamente agressiva, paranóica e/ou fora da realidade.

Devido aos efeitos no ritmo cardíaco e na respiração, o crack pode causar problemas cardíacos, parada respiratória, derrames ou infartos. Ele também pode afetar o trato digestivo, causando náusea, dor abdominal e perda de apetite.

Se o crack for inalado com álcool, as duas substâncias podem se combinar no fígado e produzir uma substância química chamada cocaetileno. Essa substância tóxica e potencialmente fatal produz um barato mais intenso que o crack sozinho, mas também aumenta ainda mais o ritmo cardíaco e a pressão arterial, levando a resultados letais.

(do site HowStuffWorks)

O QUE É O CRACK?

No começo dos anos 80 a pasta de coca foi transformada numa forma nova chamada base livre, que permite a volatilização (transformação em vapor) da cocaína, permitindo com que a cocaína pudesse ser fumada. A cocaína inalada em pó é uma apresentação sólida que se disolve na mucosa nasal antes de ser absorvida. Os vapores do crack vão para os pulmões e são transportados para a corrente sanguínea mais rapidamente conferindo maior rapidez de sensação psicotrópica, a sensação contudo é a mesma da cocaína bem como os demais efeitos. O nome crack é derivado do ruído característico que é produzido pelas pedras quando estão sendo decompostas pelo fumo.
O crack é considerado uma jogada de marketing, por ser barato alcança classes econômicas antes não atingidas pelo alto custo da cocaína em pó. O crack age por menos tempo do que a cocaína inalada, mas como inicia muito mais rapidamente e mais intensamente que a cocaína há uma especie de compensação psicológica pelo efetio. O crack é mais barato porque há pouca quantidade de cocaína nas pedras. O tempo para início de ação do crack são aproximadamente 10 segundos e o tempo de duração são de 5 minutos.
A cocaína de base livre tem um ponto de fusão baixo, por isso pode ser fumada. Ela é feita através da dissolução da cocaína em pó em água misturada com uma solução alcalóide forte, como a amônia. Então, um solvente altamente inflamável, como o éter, é acrescentado, e uma base sólida de cocaína se separa da solução.O crack é um tipo de base livre da cocaína ainda mais fácil de ser preparado.
As pedras de crack são brancas ou cor de canela e pesam geralmente de 1 a 5 gramas. Segundo a U.S. Drug Enforcement Agency (site em inglês), as pedras de crack contêm de 75% a 90% de cocaína pura.
Quando a pedra é aquecida por baixo, produz um vapor ou fumaça. O usuário aspira esse vapor para dentro de seus pulmões. A partir daí, a droga é levada à corrente sangüínea. Quando chega no corpo, o crack age em uma parte do cérebro chamada área tegmental ventral (VTA).
Lá, a droga interfere com um neuro-transmissor químico do cérebro chamado dopamina, que está envolvido nas respostas do corpo ao prazer. A dopamina é liberada por células do sistema nervoso durante atividades prazerosas, como comer ou fazer sexo. Assim que é liberada, a dopamina viaja através das lacunas existentes entre as células nervosas, fazendo uma sinapse, e se liga a um receptor em uma célula nervosa vizinha (também chamada neurônio). Isso envia um sinal àquela célula nervosa, que produz um sentimento bom. Em condições normais, assim que a dopamina envia esse sinal, ela é reabsorvida pelo neurônio que a liberou. Essa reabsorção acontece com a ajuda de uma proteína chamada transportador de dopamina.
O crack interrompe esse ciclo. Ele se liga ao transportador de dopamina, impedindo o processo normal de reabsorção. Depois de liberada na sinapse, a dopamina continua estimulando o receptor, criando um sentimento permanente de empolgação ou euforia no usuário.

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR?

Difícil conversar com alguém hoje que já não tenha ouvido falar nesta droga. As pessoas sempre conhecem alguém envolvido com a droga, ou o familiar que sofre por estar vivenciando o vício de um ente querido...
Ao mesmo tempo em que o terror e o caos se instalam e crescem, todos silenciam, o Governo silencia-se, a Justiça vivencia a ineficácia de seus meios.
Em função do crescimento acelerado do uso e tráfico desta droga as famílias vivem o medo, o sofrimento, a criminalidade, a destruição dia após dia em seus lares.
A droga transforma o mais doce ser em algo que chamo de "ZUMBI".
Pensando tanto a respeito, não consegui chegar a uma imagem mais fiel de alguém entregue ao crack do que os mais terríveis "zumbis" dos filmes de terrores.
A pessoa se contamina com apenas um leve contato e em pouco tempo ela se torna um ser morto-vivo, prestes a devorar até mesmo a pessoa mais amada.
O que mais me aterroriza, sem olhar profundamente, mas apenas superficialmente, é que realmente esta tragédia não escolhe classe social, nível cultural, ou idade. Todos estão sucetíveis a sofrerem os efeitos da droga, sejam os dependentes, sejam os familiares e amigos, seja a sociedade.
Relatório do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime (Unodoc, na sigla em inglês), mostra que as apreensões de crack no país passaram de 145 kg (em 2006) para 578 kg (em 2007). Esse aumento, dizem especialistas, revela avanço dessa droga no Brasil.
Os dados ainda são poucos e desatualizados sobre o Crack. Mas, na cidade em que moro com cerca de 80.000 habitantes, cerca de 1% da população está envolvida direta (dependentes) ou indiretamente (familiares) com o crack.